terça-feira, 4 de junho de 2013

My God is the Sun

Depois de uma lição sobre desejo, 
deslizei os cabelos protegidos pelo para-brisa, 
mas não completamente impunes, 
o vento lhes fazendo justiça, 
em uma música deliciosa...
O problema é que não entendo absolutamente nada de música. Teoria musical? Já vi por aí, mas permaneço arisca. Talvez eu não consiga ver razão na música, limito-me a senti-la (e o refúgio do amante apaixonado pela música, que de música nada entende, é convencer de que a sente como ninguém!). Mas olhem só, Lacan deu uma desembaraçada em mim dia desses: ao retomar o Banquete, e nele o discurso de Eríximaco, o francês relaciona a noção de harmonia no discurso daquele à noção de acorde na música. Mas em um primeiro momento tudo que eu conseguia ler era A-C-O-R-D-E!!!!  Qual o sentido de tal equívoco? Sei , e só lá, mas sobre música penso que talvez, pra mim, ela seja isso, isso que acorda os corpos ao entrar em acordo com eles, e este acordo é subjetivo.  Pois é. No meu caso, apesar de nada saber sobre baixos, riffs e solos, quando a voz dele entra naquela música não me importa o que ele canta, e sim como ele canta, como derrete sua voz na palavra tornando-a quase líquida, dando à ela uma sinuosidade pra lá de erótica! A guitarra que atrai o corpo em suaves solavancos enquanto o baixo o lança de um lado pro outro... A bateria que faz o corpo fanático movimentar-se em  sim sim sim sim!!! ...Faltam palavras pra dizer daquilo que é pele, daquilo que é visceral, é difícil dar significado aos significantes que o corpo atua... 

Um comentário:

Plaq disse...

A comparação entre a harmonia no(do) discurso com os acordes musicais me leva a pensar nas correlações sutis entre todas as coisas...na sincronicidade e na filosofia da mente, no lugar onde tudo se encontra...sem endereço fixo. Rá